E QUANDO DÁ VONTADE DE DESISTIR…

“E quando a cruz parece pesada demais, será que o melhor é abandonar o barco, o grupo de oração, a Rcc, a Igreja? Quando as incompreensões, questionamentos, intrigas interiores, e até mesmo um sentimento de fraqueza teimam em nos abater, o melhor caminho será a fuga? Sustentar o fogo é mesmo algo profético? E quando a terra do coração está seca? Quando o exército parece que virou um vale de ossos? O que fazer? Que rumo seguir? Um roteiro para enfrentar e crescer em meio às intempéries você vai encontrar no artigo de Direção Espiritual nesta semana!”

 

“ Lembrai-vos dos dias de outrora, logo que fostes iluminados. Quão longas e dolorosas lutas sustentastes. Seja tornando-vos alvo de toda espécie de opróbrios e humilhações, seja tomando moralmente parte nos sofrimentos daqueles que os tiveram que suportar. Não só vos compadecestes dos encarcerados, mas aceitastes com alegria a confiscação dos vossos bens, pela certeza de possuirdes riquezas muito melhores e imperecíveis. Não percais esta convicção a que está vinculada uma grande recompensa, pois vos é necessária a perseverança para fazerdes a vontade de Deus e alcançardes os bens prometidos. Ainda um pouco de tempo – sem dúvida, bem pouco -, e o que há de vir virá e não tardará. Meu justo viverá da fé. Porém, se ele desfalecer, meu coração já não se agradará dele (Hab 2,3s). Não somos, absolutamente, de perder o ânimo para nossa ruína; somos de manter a fé, para nossa salvação! ” (Hb 10, 32-39)

Caríssimos, quantas das vezes você me ouve falando: “Sustenta o fogo…que a Vitória é NOSSA!”. É um grito que ecoa em minha alma e que me faz levantar todos os dias na confiança e certeza de que Deus caminha comigo e que me sustenta pelo fogo do Teu Santo Espírito que arde em meu peito. Mas, todos os dias são um conto de fadas… “e viveu feliz para sempre”…? Não! Como você, eu também enfrento batalhas e lutas, e quantas das vezes me vem a tentação de “chutar o balde”. Temos dons, os carismas se manifestam em nós, mas e nos tempos de fraqueza e de tribulações, a melhor saída será mesmo retroceder?

Já diria Santo Ambrósio: “Onde há combate há coroa. Lutas no mundo, mas és coroado por Cristo e é pelos combates neste mundo que és coroado. Embora a recompensa se dê no céu, é aqui no entanto que se estabelece, se mereces ou não o prêmio”. Por isso não se deixe derrotar em situação alguma, não desanime jamais! Pois a derrota depende de nós, tanto quanto a vitória! Fique sossegado, uma vez que os próprios santos não foram dispensados da luta contra o mal. São Paulo escrevia aos romanos: “Não faço o que quero, mas o que odeio… Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero… Quando quero fazer o bem, o mal está ao meu lado. Em meu ser profundo, desejo a lei divina, mas, em meus membros vejo outra lei lutar contra a lei do meu espírito e me tornar prisioneiro da lei do pecado que reside em meus membros. Um miserável, é o que sou! Quem me libertará deste corpo que me arrastaria para a morte?” (Rm 7,15-24).

É tempo de maturidade, de crescer na intimidade com Deus. Quanto mais cansado, mais eu preciso me aproximar de Deus! Viver para Deus e viver com Deus. Certos de que aos olhos de Deus, o valor de um homem não se mede pela escassez de suas tribulações, pelo pequeno número de suas quedas, nem mesmo pela ausência de pecados materialmente graves, mas, antes, pela sua confiança total da Onipotência do Salvador, por seu amor, e por sua vontade de querer tentar ainda e sempre. “Crescer na confiança enfrentando as tribulações” (Jó 1,20)

Uma santa que gosto muito, Teresa D’Ávila vai nos ensinar que “Humildade é andar na verdade diante da própria Verdade”. Cientes de que a humildade é sinônimo de autenticidade, também é o que faz com que um bem seja um bem: um amor sem humildade não ama verdadeiramente; uma esperança sem humildade não é mais do que presunção, capaz de se transformar em desalento diante da mínima provação. Por isso, enquanto restar em você um pouco de abatimento, de tristeza, de vazio na alma, é porque você não crê bastante no perdão do Senhor, porque esse perdão deve trazer-lhe paz, alegria. Quando o filho pródigo volta para casa, o pai quer que todos esqueçam o passado. Dá um banquete para convidar todos à alegria. “Há mais ALEGRIA no céu por um pecador que se arrepende que por noventa e nove justos que perseveram”.

E Deus nos quer sempre alegres, mesmo na dor, com a Sua graça…

 

“Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! Seja conhecida de todos os homens a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus” (Fl 4,4-7).

Por isso vivo essa alegria, de sorriso aberto, testemunhando com confiança o ensinamento de um grande santo, de que “a constância de ânimo, com paz e tranquilidade, não só enriquece a pessoa, como a ajuda muito a julgar melhor as adversidades, dando-lhes a solução conveniente”. (São João da Cruz) Na certeza de que vivendo assim, ganharemos o céu, te convido a não desanimar nesse tempo, não desesperar e nem querer “jogar a toalha”, pois: “Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada” (Rm 8,18).

Então, não tenhamos medo da Cruz; renunciemos a nós mesmos, tomemos a nossa cruz de cada dia e sigamos Jesus (cf. Lc 9,23), sem olhar para traz. É perdendo a vida que se a encontra. Se o grão de trigo não cair na terra e não morrer não dá frutos, disse Jesus. Pois sobre a terra seca, o Senhor fará chover! Sobre o vale de ossos, levantará um EXÉRCITO, onde eu e você somos “embaixadores de Cristo” nas distintas realidades que o Senhor nos convoca: grupo de oração, família, trabalho, etc. Com fé, confiança e determinada determinação, professe com autenticidade como São Paulo que: “Nos gloriamos até das tribulações. Pois sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança. E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,3-5).

Tudo passa! Só Deus não passa! Deus está te dando têmpera! Por isso, carregue a cruz com elegância, sinta a alegria do Rei em teu coração, lhe trazendo a convicção do teu chamado como cristão, como católico, como carismático! Assuma o seu cajado SENTINELA, porque “a santidade é parresia: é ousadia, é impulso evangelizador que deixa uma marca neste mundo. Deixa que a graça do teu Batismo frutifique num caminho de santidade. Deixa que tudo esteja aberto a Deus e, para isso, opte por Ele, escolhe Deus sem cessar. Não desanimes, porque tens a força do Espírito Santo para tornar possível a santidade. ” (Papa Francisco).

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